30 abril, 2012


Sobre não sentir

Um espanto essa seca
Os olhos que não querem encontrar
Essa vontade de não ter
A boca que não quer beijar

Um afastamento do mundo
Do corpo
E da fome que é o amor

As pernas cruzadas
Os braços que já não abraçam mais
E o que sobra desse mar de solidão
São as ondas que nunca chegam na praia

Nada satisfaz
Nada atrai
Nem quem se joga
Quase que arrancando com as unhas
O ultimo gole da vontade

Nem quem tem o maior poder de sedução
Consegue fazer aquele corpo reagir
Aquela mente pensar em reagir

Sem fogo
Sem pele
Sem o que fazer

Dorme no aconchego do seu próprio desleixo

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